sábado, 26 de novembro de 2011

" Mulher Ardente "


entregas a mim
teu corpo em mel
fica em minha boca

o gosto sentido
por todo corpo sorvido
bebo a cada gole

na taça mágica
toda volúpia
de uma mulher ardente

Antonio Campos 19/04/10.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011





" Procuro-me "

Deixo que o vento leve-me
nessa caminhada em busca do nada
saio a noite em aventuras como ave noturna
preciso fugir de tudo muito mais de mim fugo então

gritos na escuridão assustam
corpos que tocam-se a cada esquina
sereno que cai mistura-se a suores e restos
luzes que acendem-se e se apagam homens devassos

tento ascender entre vultos
esgueirando-se em meio a neblina
dançam a meia luz mariposas e bailarinas
noite sem luar sem estrelas eu solitário procuro-me....

Antonio Campos 19/08/09.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

" Rubra Ilha "

Não será meu

aquilo que nunca se deu
somos dados a prometer
a quem nunca nos mereceu

só aqui aportamos
e só daqui partiremos
muitas vezes sem nada pedir
damos a outrem o que temos

sentir a mão vazia no aperto
numa apresentação ou despedida
são seres frios sempre ausentes
mesmo que respondam presente

rubra ilha ferida
sofres de tanta ausência
mesmo que transbordes vida

a deriva perco-te no gps
foges ao meu controle tímido
mesmo dando sempre guarida.

Antonio Campos 01/11/11.
“ Fantasias “

Bailas no meu olhar perdido
pois que ausente sonho
mascaro então meu corpo
palco das tuas fantasias

molho os lábios no teu mel
favo doce dos meus desejos
solfejos ensaios de uma peça
num teatro de lençóis acesos

plateia surda muda desnuda
de sentimentos então passiva
assiste ao ato como a chuva

que lava o vidro embaçado
corpos vozes tons acelerados
música no som da loba que uiva.

Antonio Campos 01/11/11.