segunda-feira, 30 de abril de 2012

" Menino de Rua "


“ Menino de Rua “


Vaguei tanto...
em busca do destino
queria ter um nome...
é assim, desde menino

houveram momentos...
em que mesmo pequeno
numa batalha constante
lutei como um gigante

sai de casa muito cedo
sempre soube que.....
encontraria, dificuldades

mas jurei a mim mesmo
que nunca teria medo
não consegui vaga nos...
seletos, bancos escolares

acabei formando-me...
na escola da vida...
onde não tem casa
amor nem comida

entre ....
prostitutas, bêbados
e drogados, ali, ao relento
tive meu caráter, formado

a noite é sempre
um castigo, é...
indiferente, na rua ou ...
num abrigo....

você até tenta dormir
houve ruídos....
choro de meninas e meninos
entre dores e gemidos

na manha fria....
vê a cidade despertar
lava seu rosto...
com a chuva que cai


como animal ...
seu banheiro é na rua
sai faminto conversando...
com o parceiro...

se alguém ...
nos der café...
serei hoje, o primeiro

numa caminhada...
muito longa onde ...
desafios são tantos

que mesmo um...
menino gigante as vezes
encontra-se aos prantos

a tarde então....
entre gritos e buzinaços
vai vender fruto do trabalho

puxando, velho, carro pesado
feliz por ter ganho .....
dinheiro, e novo agasalho

a noite o sonho da...
da asas a imaginação...
poderá um menino...

de rua, sem nome...
dormir na rua, com fome
acordar cidadão, em sua cidade

obter carteira de identidade
sair de casa de banho tomado
sentar-se em uma carteira escolar

ter uma data...
de aniversário, para comemorar...
não, menino de rua, pode acordar.

Antonio Campos 31/08/08.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

" O Tempo "


O tempo mensageiro
de boas e más noticias
conselheiro sereno das horas
assíduo ouvinte das dores

não sei quanto me resta
mas acho que o tempo me aceita
deixa-me estático sem respirar
manda parar tudo o sillêncio se faz

a luta o grito a palavra resista
mãos ajudam-me mas sufocam-me
a inércia um vácuo que te absorve
luzes que confudem de onde mesmo serão?

velho tempo mensageiro
para onde tentas me levar?
meu corpo embaixo é visto tão pequeno
sereno são meus movimentos?

O cérebro ativo o corpo inerte
verte do rosto muito suor frio
sem comando debatem-se os membros
a luta é ferrenha vida e morte e o tempo

uma voz fala ao meu ouvido
volta está tudo bem pode respirar
diz teu nome a batida está melhor
a pressão é normal e o tempo deixou-me ficar.

Antonio Campos 25/04/12.