segunda-feira, 20 de agosto de 2012


O velho tempo passa depressa
e com ele nós no dia a dia 
nem nos damos conta
o cabelo fica branco rugas pintam 
o passo é mais lento 
somos chamados de tio
as lembranças são nosso alento
passamos como vento sem nos dar conta
da conta que nem prestamos ainda
não aceitamos a matemática do um mais um
e queremos na verdade ser a eterna criança
a visão já meio turva faz perder a curva
no passo meio lento ao caminhar
quando o pé tropeça no tapete.
a roupa suja de sorvete
somos novamente crianças
os filhos tomam conta 
a mulher as voltas tonta
com remédios prédios 
que nos viram crescer
nem existem mais e os mais altos
são para muitos de nós grande monstro 
que só de olhar nos deixa tontos
 amigos esses também nos encontram
 e notamos nas suas fisionomias surpresas
 afinal envelhecemos engordamos ficamos
 calvo muitas vezes até os nomes esquecemos.
 eu como muitos de vocês encontro-me
 com meu note e a sós falamos 
 dele ouço respostas as perguntas sem respostas 
 feitas aos que não ouvem o pessoal mais idoso
 como sou saudosista ainda corro
 como antigamente no meu cavalinho imaginário
 sou cavaleiro cavalinho correndo descalço
 subindo nas arvores e nos bancos das praças
 sonho sonhos de menino no azul do céu
 minha pipa verde e branca ganha altura
 levando recados a namorada
 sim recados por ter vergonha 
 de frente a frente dizer que a amo
 tenho medo sabe do pai dela 
 que tem olhos para mim
 como de um cão feroz. 
 a velha professora 
 pede-me o caderno de temas
 bem eu não fiz o mesmo e..
 o velho quadro negro sei me espera 
 e com ele a risada dos colegas
 o pó do giz não me agrada
 e ouço então a velha
 frase: escreva vinte vezes. 
 não devo esquecer de fazer meu tema
 é gente o tempo passa 
 a velha mãe com avental sujo de ovo
 ficou no verso a goiabeira que de tanta fruta 
 sujava o quintal nem da mais doces goiabas
 o estreito espaço que eu jogava e parecia um
 Maracanã deu lugar a outra casa 
 Vulcão era um cão feroz do tio 
 muitas vezes eu levava algumas chicotadas com sua coleira
 a cada ano eu ouvia o choro de um mano novo que nascia e la ia eu
 comunicar a vizinhança e dizia: nasceu meu irmão temos mais um
 criadinho as ordens era assim que se dizia alguém lembra?
 gente hoje a modernidade traz coisas muito boas 
 mas apareceram tantas coisas ruins
 a água do poço era saudável cadeiras com as pessoas
 ficavam até tarde na rua no carnaval tínhamos nossos blocos
 nos bairros os pães caseiros os domingos e as reuniões dançantes
 os antigos rádios as galenas alguém do face viu alguma?
 eu ouvi a copa de 1950 numa
 velhos programas de auditório as novelas no rádio 
 a troca de gibis no cinema as compras 
 nos antigos armazéns por isso com erros de
 português por deixar de fazer os temas tento hoje colocar nas linhas
 que escrevo a saudade o amor e tudo que esse velho coração safenado
 traz guardado peço perdão pelo desabafo são agora 23:22 hs as luzes
 estão apagadas só meu note eu e a presença de vocês na minha
 imaginação mando um beijo ao meu velho pai que partiu cedo demais a
 minha mãe que abreviou sua passagem hoje lembrei que numa crise de
 coqueluche ai por 1950 ela levava-me para tomar leite de égua porque
 diziam curava eu até gostava era bem docinho 
 abraço nos filhos Paulo, Denise,Marcelo, Graziela e Cássio. Nos netos
 Audrey , Matheus, Michael, Antonia, Fabricio, Eduarda e Maiara. Um
 grande abraço a todos amigos e amigas do face.

Antonio Campos 19/08/12.

6 comentários:

  1. Que lindo,Antônio...O tempo inspira, mas passa voando...Recordações legais! Lindo aqui!! abração,chica

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  2. O tempo pode até passar de pressa e deixar suas marcar, mas também deixa doces lembranças e sorrisos em nossos lábios quando as buscamos!

    Lindo, lindo, Antônio!
    Uma ótima semana!

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  3. Antonio

    Deixo aqui meu abraço.

    Saúde meu poeta. Que a vida continue te abençoando, para que você nos brinde sempre com seus textos/poesias de grande beleza.

    "minha pipa verde e branca ganha altura" - Oh !-lembrei dos meus tempos de menino.

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  4. Chica grande amiga sua presença deixa-me feliz de verdade.

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  5. Amiga Audrey Andrade grato pela leitura e comentário grande abraço.

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  6. Mestre e amigo 007 nossas pipas levavam sonhos. Grande abraço.

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